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domingo, 6 de agosto de 2017

TRAJETÓRIAS CONVERGENTES *By Arnaldo Leodegário Pereira






TRAJETÓRIAS CONVERGENTES 
Filhos que não perdoam seus pais Flávio e Aparecida: Flávio não perdoa seu pai, pois o mesmo judiava de sua mãe e de seus irmãos pequenos há mais de trinta anos. Aparecida não perdoa seu pai, pois (ele) espancava sua mãe e batia em seus irmãos há mais de trinta anos. Detalhe: os dois não são irmãos, nem se quer se conhecem. Flávio sente falta de seu pai, que foi embora e nunca mais apareceu. Dele só restou a triste lembrança do espancamento e dos maus tratos a sua mãe. Flávio cresceu e tornou-se um homem revoltado com problemas de saúde, de baixo-estima e problemas com seus irmãos. Flávio é casado, leva vida honesta, porém cultiva muita mágoa no seu coração. Sua vida profissional é um tanto conturbada, ele tem dificuldade de parar em empregos, problemas de relacionamento com seus colegas de trabalho e com seus patrões. Disso também lhe restaram dificuldades financeiras. Aparecida, embora tenha seu pai presente não aceita conviver com ele. Dá-lhe desprezo e indiferença. Não o suporta, nem consegue encará-lo nem mesmo à mesa para tomar as refeições. Se ele estiver na sala ela vai para a cozinha e vice versa. Está sempre a se queixar dele, e culpá-lo pela sua infelicidade, e de sua mãe. Vive amargurada, guarda muitas mágoas e rancor, não consegue afirmar-se com um namorado, queixa-se de debilidade de saúde, como depressão, fobia, enxaqueca, e urticárias pelo corpo. Formada em arquitetura alega dificuldades para exercer sua profissão. Flávio é corretor de imóveis, apesar de esse ser um ramo promissor ele está sempre desempregado. Ele sofre de bronquite alérgica, depressão e rinite alérgica, porém procura refugio no alcoolismo, e em seus momentos de embriaguez chega ao delírio, fala em um dia poder acertar as contas com seu pai, ou mesmo cometer um homicídio. Com muita mágoa alega que só não procura seu pai para tal finalidade porque em alguns momentos de reflexão pensa muito em seu filho pequeno e em sua esposa carinhosa. Aparecida tem muita dificuldade de relacionamento com seus colegas de trabalho. Ela sente muita mágoa, tem mania de perseguição e sempre afasta seus possíveis pretendentes alegando que não quer sofrer e passar com um esposo por todos os maus tratos que sua mãe sofreu. Já passaram se mais de trinta anos. Se fosse mos fazer uma viagem ao passado e submeter o pai de Aparecida e o pai de Flávio a um tratamento com um analista e um psicólogo, será que não acabaríamos por descobrir que os dois teriam sido eles mesmos vítimas de algum fato trágico ou mesmo de violência em algum momento da vida? Ou o mal que eles praticaram. Esses atos de brutalidade não seriam o reflexo de algum dano que alguém lhes causou em suas infâncias ou adolescências, e assim os mesmos também seriam vitimas? Flávio: será que seu problema de saúde é mesmo de ordem física?... Aparecida: terá a medicina remédio apropriado para os seus males?... Os dois devem deixar para trás as mágoas e rancores do passado para serem felizes livres desse fantasma?... Obs: (essa narrativa é extraída de fatos reais). Este texto está protegido pela lei de direitos autorais 9.610/1998. Arnaldo Leodegario Pereira

Um comentário:

  1. Obrigado Sonia Gonçalves! Gostei da ilustração, e do formato! Ficou muito bom!Boa noite e feliz semana! Bjs!

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