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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

DESÍGNIO DE ESPERANÇAS E POESIA - Manoel Ferreira


Se a poesia do espírito deseja a verdade, sonha o ser, isto é o que no mais íntimo tenho esperança de saber, conhecer, sinto necessidade quase voluptuosa de viver, vivenciar, a verdade ser poesia que sensibiliza, ritma os passos pelas veredas do horizonte infinito, musical-iza sentimentos e emoções nos vôos pelo uni-verso em busca do sublime, espírito que ama a beleza e o belo, e à luz de verbos transcendentes tocar a vida com as mãos, fazendo delas em concha espelho por inter-médio de que vislumbro a minha verdadeira imagem, e ela me sorrindo serena e terna re-vela-me o amor que me habita.



Quando o homem procura a verdade, seja ela a poesia do espírito, seja-lhe o ser, nada pode ameaçar o seu desígnio, nada é obstáculo para a sua determinação, nada é empecilho para a sua decisão, apesar de todas as veredas de dores, dificuldades, momentos de dúvida e desconfiança, inseguranças e medos, porque os demônios do destino perdem a força para se posicionar contra, nem as falácias di-versas e ad-versas, oratórias de que são mestres, sábios e doutos, são eficazes para persuadir do contrário, convencer que a verdade não é a essência da vida, nem o ser é o que substancia e fundamenta a vida, nem o amor é o que redime os pecados e culpas, o que salva e a-nuncia a ressurreição, há outras coisas muito mais importantes e essenciais, por exemplo a sobrevivência na cova dos leões, no ninho das cobras, o poder, o bem estar material, o paraíso é o sucesso individual e particular.


Nada mais resta ao homem – diante de minha vaidosa concepção, lisonja de meus conhecimentos adquiridos com dores e sofrimentos, dúvidas e insatisfações, medos e inseguranças, angústias e tristezas, de ser o milagre da criação e do criador, minha sensação nunca se acaba, minha emoção sempre se re-nova, meus sentimentos re-criam-se, in-“ov”-am-se, meu prazer é por todo o sempre. Isso é tudo o que celebro no amor, quem dera pudesse celebrar mais e mais, é o que pude re-colher e a-colher nas experiências de minha vida, é tudo o que preciso saber do amor e da paixão, êxtase e volúpia, gozo e clímax, para dizer aos homens e à toda humanidade ser por lhe sentir profundo e verdadeiro no coração e no espírito que é possível ser vida, ser ek-sistência, ser a morte; para conhecer os homens, com os seus cânticos de sublimidade do segredo e do mistério da criação. Só o amor é imortal, e só o amor imortaliza a verdade – senão fazer dos desejos da verdade, de a verdade ser a poesia do espírito, de o espírito ser a poesia da verdade, ser ela o sonho do ser, uma homérica nação do amor, sem rival, cúmplice ou álibi, bem concebida, amada e criada eroticamente por um perfeito e absoluto amante da chama azul do erotismo, verde do libidinismo, que se eleva para os céus, como a língua do fogo em figura piramidal.


Em nome do êxtase absolvo minha mão direita com que escrevo, com amor, carinho ternura, estas suspensas entrelinhas no abismo, abismo do real, abismo do sonho, abismo do desejo da verdade, da esperança> Preciso dela para adorar meu divino e profano corpo – divino por ser doação de Deus, profano por desde a eternidade toda e absoluta habitar-me o pecado original, escrever poemas e prosas para viver, sentir que estou pedindo, rogando, clamando aos homens dar “uma chance ao amor, à verdade”. O meu pó-ema é o sentido da beleza, a minha prosa é o questionamento do ser, a dúvida da esperança, o ateísmo da fé e a fé do teísmo, apesar de que a Santa Sé é o símbolo da luxúria e da descrença, Assis é a verdade da fé, esperança. E é imortal e profundo, porque suspeita, fica em suspenso, fica em dúvida, quando fala de verdade e amor.


Sou o amor a estremecer a terra, tal um corisco acompanhado com pancadas de chuva, relâmpagos e trovões com vento de ardência do norte e leste.


Quando Isaías diz que só “o amor é detentor do futuro” – sendo palavras da Bíblia, ajoelho-me e rendo graças a Deus e ao Espírito Santo -, que eu intimamente entendo e compreendo como o amor eleva a realidade contingente à felicidade e alegria de amanhã, que será húmus e semente de minha vida pós morte, que é o desejo de os homens serem a verdade de si mesmos, minha vida de sofrimentos só teve sentido, doando-a ao outro, tem aí a exata grandeza do seu fazer poético. Se, por vezes, cáustico, amargo e, entre outras ocasiões, lírico e sensual, poético e humanístico, nem por isto deixo de acicatar e vergastar terrivelmente a prepotência dos poderosos, a arrogância dos “oportunistas da imortalidade”, ou o cinismo de uma pretensa Nova Ordem Mundial. Isaías é o anunciador de uma Nova Consciência, de olhos mais que bem abertos, faro, garras tal como fera lúcida pronta a dar o bote fatal contra a hipocrisia, falsidade, farsa que se erigem em nossos dias,


Preciso acreditar em alguma coisa pelos olhos e pelos ouvidos, em uma comunhão com a presença viva da coisa que nela eu possa acreditar. Mas, sei lá o que é essa coisa em que devo acreditar? Quem está à procura de um sentido e perde o sentido do sentido, não pode decifrar o que é uma coisa no sentido íntimo da sorte que procura; ou acrescenta na sua sorte o medo da sorte que procura. Levando um desespero na constituição mínima do sentido de procurar a sorte. Mas, se o sentido é um sentido e a esperança é uma sorte, assim como o mistério é um mistério, um mistério, então, acredito a toda hora em que decifra o mistério de um sentido para encontrar a esperança.


Tomo da verdade e a graça de celebrar a verdade. Fora da verdade, o homem é apenas um buraco de abismo. Tudo está morto. Consumado. Inclusive: - Deus e o amor. Quando a verdade exprime a indignação revelada de um povo subjugado a se perpetrar com a Ignorância Insana, até o reinado bélico da subjugação treme de medo com as armas nas mãos, perante a uma revolta armada, da Escória contra as Elites.


Aos olhos do mundo fico a estender a minha grande e amarga provação! E sigo a voar, qual o vôo de pomba baleada, que, para escapar do vôo, é preciso voar de asas quebradas

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