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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

HOMENAGEM A FYODOR MIKHAILOVITCH DOSTOIÉVSKI - Manoel Ferreira Lemos



De-monstrar[2] toda a importância humana-existencial e das idéias de Fyodor Mikhailovitch Dostoïévski para a nossa vida interior, nossos desejos, vontades, liberdade, fé, esperança, amor, solidariedade, compaixão, é tarefa árdua e temerária. Além disso, são inúmeros os ângulos sobre os quais essa de-monstração pode ser efetuada; a obra lega-nos variedade de recursos, métodos, perspectivas de análises e interpretações; faz-se necessário escolher quais são os fundamentais, isto é, as que iluminem a profundidade que na vida e obra habita, revelando trilhas e caminhos de espiritualização, evangelização e cristianização. 
Não havendo criatividade – “criatividade” aqui significando o ato de tecer as situações e circunstâncias vivenciadas e os desejos, vontades de trans-cendência, trans-formação, fundamentados na Arte, na literatura, na busca da espiritualidade - para abordar tudo isso em sua obra e vida, isto é, buscarmos a totalidade, não somos capazes de recolher e acolher as mensagens que nelas habitam, o mergulho jamais será tão profundo como realmente merece, os frutos terão sido comidos apenas com os olhos, cumpre saboreá-los.   
A envergadura e a elevação de sua individualidade, personalidade, caráter e genialidade escapam a qualquer processo atual de apreciação, análise e interpretação, de busca de saciarmos nossa sede e fome de conhecimento, redenção, felicidade, diante da obra e autor somos sempre pobres e miseráveis, humilhados e ofendidos – resta-nos contemplá-la[3], fundando-nos na KOINONIA: DESEJO E BUSCA DA CONSCIÊNCIA-ESTÉTICA-ETICA, tema deste ensaio que ora intencionamos fundamentar, buscando realizar a experiência de fundir biografia, crítica literária-filosófica-teológica e história sócio-cultural.
Tarefa árdua porque a exigência de comunhão entre o homem e a obra, na sua especificidade literária, social, filosófica e teológica, sempre resultando em mal-entendidos mais ou menos felizes, é de fundamental importância para a compreensão e entendimento do universo e horizonte de suas idéias e pensamentos que contribuíram e contribuem para a abertura de outros tempos e esperanças, utopias e sonhos da humanidade e dos homens. De primordial importância o conhecimento das idéias filosóficas e sociológicas que habitam a obra desse genial russo, bem como a compreensão dos autores que influenciaram a sua obra.
A exigência da “totalidade” é caminho de sinuosidades que necessita de seriedade e arte na sua elaboração e abordagem, pesquisa e conhecimento para a estruturação das situações e circunstâncias do homem e artista, suas experiências e vivências ao longo de sua existência, a busca da verdade, nada mais que a verdade: mas é a verdade sagrada. 
O que, todavia, fica da leitura atenta de tanta coisa de Dostoïévski e de tanta que se escreveu a seu respeito, é que foi, quem sabe?, a dureza da alma do pai que o marcou. Dureza boa, firme, de diamante, que vinha de longe, de que o pai não tinha culpa, pois ninguém se endurece por si, mas é temperado pela vida – ficam, contudo, o desejo e vontade, determinação e cor-agem de superação, de transcendência, de mudança em Dostoiévski; a dureza de seu coração ocasionou-lhe o assassinato, em 1839, pelos seus camponeses.
Hospital, cemitério, furna, pátio de milagres, serão comburido de secas, com o gado estorricando e a sede imensa, campos de concentração com privações inomináveis, isto seria nada sem a malvadez do homem, e esta malvadez não é só o fruto exterior do quotidiano, mas lhe habita o interior, habita-lhe o espírito. 
Criança é planta que só necessita de amor, carinho, ternura – numa metáfora reveladora: necessita das águas da fraternidade e eternidade, da compaixão e solidariedade, da fé e da esperança.  Ela encontrará na devastação, na sombra, no horror, na carnificina, uma nesga do céu, uma flor, um caco de vidro que brilha, um diamante que risca o éter, um bichinho de asas coloridas, e se a alma de um Dostoïévski não se libertou na sua sombra, e não cresceu em toda a plenitude, é que ela foi varrida pelos maus ventos das tormentas humanas.
Sério erro ler livros da Literatura Russa, Francesa, Alemã, e de outros países, com o espírito leve de quem busca apenas distrair o pensamento das preocupações e trabalhos de todo o dia, dores e sofrimentos da alma – livros que se encontram neste ângulo de “distração” para os leitores estão intimamente ligados aos interesses e ideologias do mercado editorial e imprensa, não é literatura.

Numa época em que os valores éticos e morais sofreram transformações, vivemos num vazio ininteligível, indecisos e frágeis diante da realidade, precisamos ainda mais das palavras, de escritores sensíveis às dores e sofrimentos, medos e angústias, com as suas palavras elevar-nos, mostrar-nos haver esperança, ela se solidifica ao longo de nossas atitudes e ações. Ainda é tempo de modificar a nossa vida, tornarmos seres humanos e homens, vivermos a nossa verdadeira vocação, a felicidade[4].

Os romances de Dostoïévski são verdadeiros depoimentos do estado de espírito de uma nação que, por muitos séculos, vive tiranizada por toda sorte de fatores: políticos, sociais, econômicos, morais, religiosos, etc. Por isso mesmo, há alguma coisa de simbólico na vida das grandes personagens com que o imortal romancista russo entretém o enredo e maneja os cenários.
Dostoievski se vê por toda parte. Os dramas, traumas, conflitos, dores, sofrimentos, distúrbios psíquicos retornam-lhe a imagem; mesmo como outros, se distingue e, ao mesmo tempo, revela seu mais profundo segredo. O tema inquietante do duplo, da imagem, do sósia, do assassino, do canalha, dos marginalizados, idiotas e imbecis, assassinos e suicidas, seres angelicais e demoníacos, tudo isso é encontrado em suas obras. Cada uma delas tem a estranha propriedade de ser e refletir a si mesma. Dostoievski faz surgir uma multidão fervilhante e volumosa que nos intriga, nos transporta, e se modifica em Dostoievski sob o olhar de Dostoievski.
Consideramos Dostoïévski o maior romancista de todos os tempos. Por quê? As razões do amor só o amor pode explicar, parodiando Pascal. Gostamos ou não gostamos de alguém, de algo. Desejamos mais ou desejamos menos. Esperamos mais ou esperamos menos. Tudo é mistério, e o mais excitante, esplendoroso, é a busca que dele, de sua vasta e profunda obra, se revela, e desejamos torná-la carne, a imagem e o símbolo das realizações que se manifestam no tempo.
Leitor algum será o mesmo, após ler[5] qualquer um de seus romances, contos, novelas, mesmo o Diário de um escritor; apesar de conservar estilo e linguagem, renova-se a cada situação e circunstância, vivências e expressões, é onde o escritor se revela mais íntimo.
Tem Dostoievski o dom e o talento de mexer na alma humana, abri-la através de sua “pena de dois gumes”, eivada de sonhos e utopias espirituais; e o leitor, mesmo não sentindo conscientemente isso – tem ele o dom de fazer despertar a nossa sensibilidade, envelada pelos problemas, dores, conflitos, o encontro dela e isto torna-se conflituoso, é necessário aderi-las, comungá-las e isso só é possível a partir da fé, da esperança verdadeiras, o desejo da espiritualidade -,  começa a sua longa jornada alma adentro, claro tomado de relutância, angústias e medos, sofrimentos e dores, pois nada sabe de si, não tem qualquer garantia do que irá encontrar pela frente.
Se nos debruçamos sobre as razões dessa inclinação, é-se possível explicá-las pela inteligência – acreditando que, sentindo pela inteligência e pelo espírito, a comunhão de ambos, aquela nos con-duz ao campo aonde serena e meditativamente vamos saciando, aos poucos, gole a gole, ao longo do tempo, situações e circunstâncias, a nossa sede de sermos quem somos, descobrindo outros horizontes e outros crepúsculos, o sonho nos habitando de modo lúcido e responsável, despertando outros e outros sonhos que nos habitam -, é-se possível revelar as preferências e os amores, os mistérios são pedras angulares do conhecimento. Para nós, os motivos claros dessa obscura e inexplicável preferência pessoal é que todo romance é vida revivida.
Quanto mais completa a vida e mais capaz um gênio humano de a reviver, de a recriar, e nestas revivências e recriações des-cobrir o que nos habita a alma e o espírito de desejo e vontade de liberdade e redenção, melhor será o fruto desse encontro providencial, mais delicioso será o gosto, o prazer milagroso, a satisfação divina. E quanto mais pudermos nós seguir as suas trilhas, mergulhando em nós mesmos, desejando o encontro da liberdade e redenção, melhor será a real-ização de nossa Vida. 
Diz-nos Jean Genet, Diário de um ladrão, acerca da realização total:

É preciso continuar os atos até a sua realização total. Qualquer que seja o seu ponto de partida, o fim será belo. É pelo fato de não estar acabada que uma ação é infame[6].

O ato é belo se ele provoca, e em nossa garganta o faz descobrir, o canto. [...] Aplicada aos homens, a palavra beleza me indica a qualidade harmoniosa de um rosto e de um corpo a que se acrescenta às vezes a graça viril. A beleza então se acompanha de movimentos magníficos, dominadores, soberanos[7].

Quantas ações não terminamos em nossa vida por inúmeras razões, sentindo-nos infames, fracos, fracassados, causando-nos angústias e medos de não nos realizarmos, de nossa vida ter sido inútil – nada é mais deprimente e angustiante do que descobrir que a vida vivida fora em absoluto inútil, imprestável. Uma das razões primordiais dessas ações não terminadas são a falta de conhecimento e autoconhecimento, isto na modernidade, melhor dizendo, na atualidade, tornou-se urgente, visto a nossa alienação.
Genet nos diz acerca do ponto de partida, de onde vamos começar a longa jornada do conhecimento e autoconhecimento, o fim será belo, o que fizemos de nós nesta jornada realiza-nos, faz-nos sentir “criadores” de nós mesmos, de nossos sonhos e esperanças, estabelece a nossa essência a partir do que construímos[8].
A obra desse russo imortal, Dostoievski, foi sempre, sem a mínima preocupação apologética ou edificante, a expressão romanesca de um vitalismo do Absoluto, tanto na ordem natural como na transcendente, na dimensão ética quanto na estética, moral e espiritual.  Comungou sempre os extremos em sua criação estética.
Dostoïévski é múltiplo. Ele deveria ser trezentos e sessenta, como esclareceu de si mesmo o nosso Mário de Andrade. Longo, longo seria o seu caminho até chegar a um. Trezentos e sessenta era também a sua obra, num outro sentido. Além do problema de Deus, tratava de psicologia criminal e de influência do ambiente.
Da multiplicidade de aspectos encontráveis na mesma obra do grande russo, dizia Pierre Pascal: “No melhor Dostoievski sempre os planos se superpõem: a psicologia ou a psicopatologia embaixo e o ontológico por cima” ( Os caminhos de Dostoievski, Coleção Universidade, pág. 19). 
Nossa trilha, estando a de-monstrar a obra e vida de Dostoviéski, inicia-se nessa dimensão, “ontológico”, em primeira instância, buscando aprofundá-la a partir da vida e obra do romancista. A pedra angular de toda essa de-monstração é a vivência, a experiência, o homem Dostoievski, buscando, obviamente, a transformação, mudança, a superação através da liberdade e redenção, a totalidade. 
Andar na trilha da comunhão, Koinonia, do desejo e busca da consciência-estética-ética, são experiências e vivências de desejo de transcendência, comungarmo-nos com o espírito e sermos quem somos.
Os caminhos de Dostoïévski levam-nos ao genuíno pomo do espírito e da espiritualidade.
Não foi nenhum de seus personagens, mas todos eles foram ele próprio. No extremo oposto a certa concepção moderna do romance, como negação da personagem, foi Dostoïévski, antes e acima de tudo, um procriador de criaturas mentais, monstruosas ou angélicas. Essa capacidade de se desdobrar, de sair de si, de fazer concorrência ao registro civil, como Balzac, é que o levou a ser um concorrente de Deus, no plano da criatividade romanesca.
Dostoievski narra sua vida, miséria, glória, seus amores, faz história de suas idéias, de suas dúvidas, de suas crenças, de seus comportamentos e atitudes, podemos acreditar, e com veemência, que ele tem, como Montaigne, o projeto ingênuo e simples de se representar. Sua autobiografia não é uma autobiografia, ela é mais que aparência: ela é sagrada pela fé e pela esperança que ensinou Jesus Cristo aos homens. Suas histórias não são histórias: são lendas, fábulas, paródias, mitos, ritos que nos apaixonam e fascinam, que nos despertam para a busca do Paraíso Perdido, que, obviamente, só se realiza ao longo do tempo, isto é, “para frente”,  mas que cremos que ele expõe fatos e, subitamente, percebe que ele descreve a humanidade sofredora, espoliada, rechaçada em toda a história.
Sartre diz de Jean Genet, mas que poderia ser dito de Dostoievski: “[...] ele fala de sua vida como um evangelista, um testemunho maravilhado... Se, no entanto, você souber ver, na articulação, a fina linha que separa o mito envolvente do mito envolvido (negrito nosso), descobrirá a verdade, que é terrível”[9].  Quem sabe seja esta a razão por que as pessoas têm relutâncias variadas em ler a obra dele, descobrirá o terrível da verdade, as dores e sofrimentos que habitam a alma e o espírito, e, se deseja realmente superá-los, é preciso de um mergulho profundo?!
Palavras encomiásticas, mas ao longo da leitura das obras e da vida de Dostoïévski, descobrimos não estarmos nada enganados com ele, ele nos dá as mãos e nos chama para um mergulho profundo em nossas almas em busca de nós mesmos, de nossa autenticidade e responsabilidade com a humanidade.




[1] Este texto em verdade é a introdução da tese Espírito do Subterrâneo, ainda inédita. Trata-se da introdução.
[2] Por volta de dezesseis, dezessete anos, a admiração, quase chegando às raias do fanatismo por Dostoïévski, por sua obra; adquiri nesta época O subsolo. Algumas obras foram lidas por diversas vezes, O subsolo, Os possessos, O idiota, Noites Brancas, Pobre Gente. Outras conheci por haver lido ensaios, artigos sobre elas, embora as tivesse: Humilhados e ofendidos, O eterno marido, O sósia, Os irmãos Karamázovi. No início das relações com o escritor Paulo César Lopes, alguém fizera comentário negativo acerca de minha pessoa, tendo ele dito que não acreditava no que ouvia por ser eu leitor de Dostoïévski.  Em 1984, 1985, deixara de ler, entregando-me vez por todas à leitura de Jean-Paul Sartre, ao conhecimento de suas idéias e pensamentos filosóficos. Mas, aqui e ali, relendo alguns ensaios de Dostoïévski, especialmente O subsolo, por que sempre fui apaixonado. Mas sentia certo vazio, ausência da obra do grande escritor russo. Inspirei-me em O subsolo para escrever a novela Ópera do silêncio, tendo sido ela recebida com imenso entusiasmo pelo jornalista Newton Vieira (o grande crítico curvelano; por inacreditável que seja o Bielinski curvelano, grita e esgoela a todos os pulmões que minha novela jamais será superada, as outras obras que escrevi e escreverei não chegarão aos pés dela), quem tornou possível a sua publicação, que escrevera a “orelha” se referindo às influências de Dostoïévski e Lúcio Cardoso dentre outros. Em novembro de 1999, iniciei um ensaio sobre Dostoïévski, escrevendo por volta de umas setenta páginas, mas desisti de continuar, deixando numa pasta do computador, não mais retornando nem para uma leitura superficial. Após uma elaboração do ensaio sobre Sartre, Sartre à luz da experiência mística (título provisório), 2004-2005, disse a mim mesmo haver chegado a hora de Dostoïévski, tinha com ele um débito muitíssimo importante. Ainda no processo de estudo, de feitura deste ensaio, o vazio que sentia em mim aos poucos está sendo por inteiro superado,  havendo comentário de minha senhora Marize Lemos Silva de estar muito diferente, mais calmo, mais tranqüilo, mais confiante na vida. Recentemente, abril de 2005, numa conversa com Newton Vieira, disse-me ele: “Eu sabia que algum dia você ainda escreveria sobre o escritor de sua vida. Sabia que isso iria acontecer. Fico muito feliz com sua entrega a ele”. E mais recente ainda disse-me: “Esta será a sua obra-prima; você é o único curvelano que realmente conhece Dostoïévski”. Embora o entusiasmo de Newton Vieira, tem ele razão num aspecto de seu comentário: em Curvelo, não há quem conheça Dostoïévski. Ao longo deste trabalho, deste processo de leitura, sempre uma preocupação que julgo a fundamental: o desejo da responsabilidade com as idéias e o pensamento de Dostoïévski, o modo de reconhecimento e agradecimento pelas influências tão importantes na minha estrada das letras, da intelectualidade, da vida.   
[3] Na teoria sobre o Belo, em Kant, a reflexão é um ato que o sujeito exerce sobre o espírito à medida que este enfatiza a harmonia da imaginação e do entendimento à luz sempre da esquematização sem conceito. É, pois, na falta da obra de arte concreta ontologicamente considerada, que a reflexão se exerce sobre o funcionamento propriamente dito da imaginação junto ao entendimento, sendo que este obedece àquela. Daí a contemplação ser para Kant totalmente inexeqüível desde que não há objeto a ser contemplado. Para nós, entretanto, que tomamos a obra de arte como medida do juízo estético, e que consideramos a contemplação como ato infenso a uma atitude meramente passiva, contemplação que é uma reflexão muda ou silenciosa, temos que considerá-la, a contemplação, como ingrediente constitutivo do espírito humano frente à realidade artística.
[4] LEMOS, Manoel Ferreira. Sob o fogo das vaidades. Ed. 409. Curvelo. Jornal Centro Minas. Setembro de 2007.
[5] Ler significa contemplar a obra na sua profundidade, recolher e acolher sentidos e significados que nela habitam, trans-formar a existência. Não é só a passagem dos olhos nas letras e linhas. Ler é co-participar da obra.
[6] GENET, Jean. Diário de um ladrão. Trad. Jacqueline Laurence e Roberto Lacerda. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira. 2005. pag. 188.
[7] Idem, idem. pág. 26.
[8] Em verdade, somos orgulhosos em afirmar categoricamente que o nosso ponto de partida nessa carreira de escritor, que levou uma de nossas maiores amigas, Patrícia Gandra, a dizer, referindo-se a escrever: “É o ar que você respira”, fora a publicação de nossa novela Ópera do silêncio, embora tenhamos publicado vinte e um anos antes a coletânea de contos Cont.Ando. Ponto de partida porque aí fomos capazes de encarnar o nosso verbo, o dom, aos sonhos e utopias de uma outra realidade que não esta que vivemos em nosso quotidiano. Aí, tornamo-nos homem quem busca os seus valores em suas próprias ações. Este ensaio, nas suas entrelinhas, visa também a de-monstrar o nosso crescimento e desenvolvimento, nossas posturas e atitudes diante da realidade, sobretudo a visão de liberdade e responsabilidade que se nos foi revelando ao longo destes oito anos de empreendimentos, de sonhos e utopias.
[9] Este texto está publicado como Introdução de Jean-Paul Sartre ao livro Diário de um ladrão, de Genet.

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